Diferente do spam, é essencial ao e-mail marketing o consentimento do cliente (também chamado opt-in), que pode ser explícito, quando ele mesmo opta por receber, ou implícito, (também chamado de soft opt-in) caracterizado por uma relação evidente entre as partes. Na teoria, o que faz do e-mail marketing diferente do spam (mensagens indesejadas) é a intenção. Na teoria pode ser isso, porque na prática é bem diferente...
Inúmeras vezes as pessoas se cadastram em uma empresa para receber seus informativos ou ofertas e recebem essas mensagens em seus lixos eletrônicos. Por que isso acontece se era de total consentimento do contato receber o e-mail marketing? Para os provedores, a relação contato e e-mail é muito complicada: é melhor classificar todas as mensagens em HTML, dentro de uma regra ou outra, como spam e pronto. Problema resolvido. Também não é bem assim.
Para as empresas que procuram trabalhar com e-mail marketing corretamente, é preciso deixar bem claro que os provedores possuem robôs configurados que fazem esta separação. Não existe um profissional de marketing que fica analisando cada mensagem enviada pela rede e pensando – Essa mensagem tem tudo a ver com fulano... vou entregar - ou então – o que tem de relação tal produto com beltrano? Ah isso é spam? Não. Isso não acontece. E por isso não acontecer é que dizemos que “de boa intenção, o lixo eletrônico está cheio”. É preciso profissionalizar e fazer do entendimento dos provedores uma disciplina para quem deseja trabalhar adequadamente com e-mail marketing.
Essas técnicas criadas pelos provedores para barrar o spam e que acabam prejudicando a entrega de mensagens de e-mail marketing corretas funcionam através da combinação de ocorrência de eventos com similaridade, e outros fatores como base de dados e a reputação do domínio. De acordo com o raciocínio lógico, se várias empresas enviarem mensagens em massa usando no assunto o termo “imperdível!!!”, os provedores podem tomar por regra que quem usar “imperdível!!!” no assunto estará fazendo spam. Para isso, usam um cálculo que pontua os e-mails marketing como spam ou não, através desses diversos fatores.
O raciocínio dos provedores funciona como o silogismo de Aristóteles: um termo filosófico com o qual designou a argumentação lógica perfeita, constituída de duas premissas e uma conclusão. O exemplo clássico é: Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal.
Veja o mesmo exemplo aplicado à realidade dos provedores: Todo e-mail que usa imagens é spam. O e-mail da empresa x usa só imagens. Logo, o e-mail da empresa x é spam.
Além do emprego dessas regras para leitura das mensagens e o índice de endereços inválidos na base de contatos, que vamos nos aprofundar mais para frente, outro fator que influencia o comportamento dos provedores é o que diz respeito à construção do relacionamento de confiança e na reputação do domínio remetente. A reputação do domínio é construída através da adoção de métodos para identificação do remetente (SPF- Sender Policy Framework), que especificam quais são os servidores de e-mail que podem enviar mensagens em nome de um determinado domínio. Se uma mensagem não for enviada a partir de um IP autorizado, o provedor de e-mails pode rejeitá-la. A reputação é como uma caixinha de créditos: a cada envio de e-mail marketing com boa reputação realizado pelo domínio, a confiança do provedor com a marca vai aumentando. Em contrapartida, em cada deslize realizado, essa pontuação pode cair a ponto de invalidar todo o trabalho restante.
A ordem aqui é combinação e influência de fatores. Nem identificar o remetente e nem evitar o uso de termos classificados como spam resolvem o problema do spam. Mas, sabendo a origem da mensagem e tendo em vista os termos usados, cria-se uma linha que separa os e-mails enviados por Ips autorizados, garantindo alguns pontos positivos para o domínio.
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